terça-feira, 25 de junho de 2019

ASA/ PE realiza Intercâmbio estadual sobre Educação Contextualizada em Araripina/PE

Foto: Mariana Landim

Por Mariana Landim

Na última quarta-feira (19), a Articulação Semiárido Pernambucano (ASA-PE) realizou um intercâmbio com foco na temática de Educação Contextualizada, na sede do Centro de Habilitação e Apoio ao Pequeno Agricultor do Araripe (Chapada), município de Araripina, Sertão do Araripe. A atividade faz parte de um projeto apoiado pela Kindermission e teve o objetivo de compartilhar o envolvimento e a contribuição de professores/as nas experiências exitosas desenvolvidas nas escolas rurais de Pernambuco.
O intercâmbio iniciou com uma apresentação dos participantes e em seguida foi feito um debate sobre o papel da educação contextualizada na construção de novas perspectivas para o Semiárido nordestino. Em um segundo momento foram apresentadas experiências de escolas assessoradas pelo Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, Centro de Assessoria e Apoio a Trabalhadores e Instituições Não Governamentais Alternativas (Caatinga), Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta) e Centro Diocesano de Apoio ao Pequeno Produtor (CEDAPP).
O ponto em destaque de todas as experiências socializadas em plenária foi a transformação vivenciada a partir da construção da cisterna de placa – que tem capacidade para guardar até 52 mil litros de água – na rotina da escola e da comunidade escolar, que permitiu o acesso à água potável para o consumo e para o preparo da merenda. Para além disso, algumas escolas estruturaram canteiros de hortaliças para o consumo dos/as alunos/as.
No final do primeiro dia, o Chapada apresentou o vídeo institucional 25 anos de luta e resistência sertaneja. A manhã do dia seguinte iniciou com um trabalho em grupo. A ideia era registrar e discutir alguns questionamentos referentes às práticas de educação contextualizada em cada escola. Logo após a apresentação dos trabalhos, foi feita uma discussão sobre a proposta de reforma da previdência do governo, com um olhar mais específico para os prejuízos causados à classe dos/as professores/as da rede pública de ensino.
Para a coordenadora de projetos do Chapada e responsável pela condução do intercâmbio, Valéria Landim, a atividade possibilitou ampliar os conhecimentos. “Foi uma oportunidade de reunir professores/as de várias escolas de Pernambuco para partilhar vivências de plantio de mudas e hortaliças, coleta seletiva, reciclagem e até pesquisas envolvendo a comunidade para melhor conhecer as características do ambiente e dos recursos naturais disponibilizados. De um modo geral, o intercâmbio serviu para convergir os saberes, ao mesmo tempo em que identificamos que o aluno se apropria do contexto em que está inserido, e desenvolve uma identidade e sentimento de pertença ao mundo rural”, explica Valéria.
O intercâmbio se encerrou com uma avaliação em plenária.

 


[Nota de pesar] Dona Zita, Presente!


Foto: Alexandre Severo/Acervo JC
“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é não desistir nunca", Dom Hélder Câmara


Nós que fazemos a ASA Pernambuco nos solidarizamos com os familiares de Elzita Santa Cruz, símbolo da resistência contra a Ditadura Militar, mulher de garra e determinação, que tanto lutou em defesa dos direitos humanos.
Dona Zita, como era carinhosamente conhecida, acabou se tornando símbolo da resistência. Iniciou sua saga por prisões, quartéis e órgãos de repressão à procura dos filhos, os quais foram presos, sequestrados e exilados durante a Ditadura, um deles, Fernando Santa Cruz, desapareceu durante a ditadura e nunca foi encontrado. Dona Zita lutou até quando pôde pela descoberta do paradeiro de seu filho.
A nós, fica o exemplo de determinação e coragem que impulsionou a resistência da mulher, mãe, militante pelos Direitos Humanos, a contribuir na construção de uma sociedade mais humana e solidária. Sabemos que há muito a ser feito e cabe a nós que continuaremos a caminhada dar continuidade a esse legado.

Dona Zita,
Presente, presente, presente!

sexta-feira, 5 de abril de 2019

ASA Pernambuco participa de audiência com Secretaria de Desenvolvimento Agrário do estado


Kátia Rejane, comunicadora

Na manhã desta terça-feira (02), organizações que compõem a Articulação Semiárido, no estado de Pernambuco (ASA/PE), participaram de uma audiência com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do estado. O assunto da audiência foram as demandas de ações públicas para fortalecer as políticas para agricultura familiar e convivência com o Semiárido em Pernambuco.

Além do secretário de Desenvolvimento Agrário, Dilson Peixoto, participaram o presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Odacy Amorim, e representantes  do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (ITERPE), o secretário executivo de agricultura familiar e a diretoria de ecursos hídricos do IPA.

A ASA-PE, entre outras iniciativas, tem estabelecido historicamente parcerias com o governo do estado de Pernambuco, buscando contribuir em diversas áreas, a exemplo da formulação do Plano Estadual de Meio Ambiente, Política e Plano Estadual de Combate à Desertificação (PAE), Política Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e da formulação e implementação da Política Estadual de Convivência com o Semiárido, principalmente no que remete ao programa de Cisternas.

Na audiência, a articulação estadual entregou um documento com as principais demandas da agricultura familiar do estado ao governo. Entre os pontos em destaque estão:  regulamentação da Política Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural; atualização do Plano Estadual de Convivência com o Semiárido; necessidade de uma gestão junto à Secretaria de Meio Ambiente do Estado de modo a assegurar um processo de atualização do Plano Estadual de Combate à Desertificação, garantir maior orçamento para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); garantir as condições para que os agricultores/as participem do PNAE estadual e reforçar essa perspectiva com prefeitos e prefeitas, bem como criar as condições para que as organizações de agricultores participem das compras públicas do estado e a  Marcha das Margaridas.

O secretário recebeu a pauta e interagiu com vários pontos se comprometendo a construir e fortalecer esse canal de diálogo da secretaria com a ASA-PE, através da coordenação executiva e dos conselhos de políticas públicas. O coordenador da articulação, Alexandre Pires, avaliou como bastante produtivo esse momento de diálogo. “Tivemos uma boa audiência, uma demonstração de abertura para gente construir muitas coisas juntos. Foi bem interessante o compromisso do secretário de fortalecer o Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do estado de Pernambuco e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA-PE), sobretudo no que toca a convivência com o Semiárido”, afirmou Alexandre. 

Foram tirados vários encaminhamentos da atenção do estado sobretudo do ciclo orçamentário que deve ser vivenciado agora em 2019. Que é elaboração do PPA 2020-2023 para que sejam assegurados recursos para programas de convivência com o Semiárido e assistência técnica. O secretário se comprometeu com a viabilização da participação das mulheres de Pernambuco na Marcha de Margaridas, em uma articulação da Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo do estado.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

ASA promove encontro nacional que valoriza sabedoria dos campesinos/as do Semiárido e estimula interação do saber popular com a ciência


“A capacidade do sertanejo, sertaneja, da pessoa do Agreste, dos mais de mil ecossistemas brasileiros que estão no Semiárido, foi construída ao longo da história e que, de alguma maneira permitiu que nós todos aqui estivéssemos. É uma construção, ela [a capacidade de criar] não é de alguém que tem o dom da sabedoria, mas é [resultado] de um acúmulo e de um processo que foi construído e diria assim que, de certa forma, está no DNA de todo mundo. A questão é despertar isso. É fazer isso aparecer, você lembrar de fazer as práticas, é ser provocado”.


Assim Vilmar Lermen, agricultor agroflorestal da Serra dos Paus-Dóias, situada no lado pernambucano da Chapada do Araripe, se refere a uma característica intrínseca, natural, que está gravada no código genético dos povos do Semiárido: a grande capacidade inventiva para criar soluções que respondam aos constantes desafios trazidos na relação com a natureza.

Como Vilmar, vários agricultores e agricultoras familiares já têm bem despertada essa capacidade, que vai sendo aguçada em outras pessoas através de inúmeros momentos de trocas. Grande agricultor experimentador, Vilmar vai participar do V Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores (V ENAE), em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense, de 12 a 15 de fevereiro. O evento é realizado pela ASA com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
Vilmar estará com cerca de 250 pessoas, na sua maioria agricultores e agricultoras experimentadores/as dos 10 estados do Semiárido brasileiro (de Minas Gerais ao Maranhão), e também representantes de instituições de pesquisa e de organizações de fortalecimento da agricultura familiar e parceiros.

“A ASA [Articulação Semiárido] diz que a convivência com o Semiárido se constrói e se inicia a partir da vida dos agricultores e agricultoras. Sendo assim, são as famílias agricultoras que precisam estar no centro das trocas de conhecimento, nas oficinas, nos intercâmbios. Esse é o espírito dos encontros nacionais de agricultores/as experimentadores/as”, assegura Marcos Jacinto, membro da coordenação executiva da ASA pelo estado anfitrião do encontro.

Com o tema “Diálogo entre a sabedoria popular e a ciência para a construção dos conhecimentos para a convivência com o Semiárido”, o encontro vai ser mais um momento para reforçar entre os campesinos e campesinas o quão valioso e fundamental são os saberes deles para a agricultura familiar agroecológica e a convivência com a região.



Vilmar (de chapéu) e sua família sabem que para conviver com o Semiárido é preciso confiar na sabedoria popular | Foto: Elka Macedo/Arquivo ONG Caatinga

“Esta grande região [o Semiárido] tem mais de 1 milhão de km2 e cerca de 25 milhões de pessoas que aqui moram, trabalham e, de uma forma ou outra, aqui convivem, seja pela sua experiência, pela sua capacidade, seja por alguma política pública, algum tipo de intervenção, mas fundamentalmente pelo acúmulo de técnicas, tecnologias, conhecimentos, ciência, saberes, da soma com a pesquisa. Tudo isto é fundamental”, acrescenta Vilmar.

A soma com a pesquisa que Vilmar se refere é também outro objetivo do encontro. A partir desta aproximação, a ciência valida o saber popular. E os campesinos/as - considerados/as atrasados e incapazes de produzir alimentos para responder à necessidade da crescente população mundial - têm seu saber reconhecido e valorizado.

Um exemplo desta aproximação são as pesquisas que comparam as variedades crioulas, melhoradas há séculos pelas mãos e saberes dos/as campesinos, com as variedades convencionais, melhoradas por instituições de pesquisas.

Estes estudos, realizados na Paraíba, em Sergipe e no Ceará, pela Embrapa em parceria com organizações que fazem parte da ASA, com variedades crioulas de milho e de feijão, têm confirmado o que os agricultores e agricultoras sabem desde sempre: que as sementes crioulas são adaptadas às características ecológicas do Semiárido e respondem a contento a todas as necessidades de quem as planta.

Esse reconhecimento produz argumentos que dão força aos questionamentos feitos aos programas públicos inadequados, como o de distribuição de sementes que doam exemplares não adaptadas à região.

A partir de fevereiro, a ASA em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) inicia um projeto para ampliação das pesquisas sobre as sementes crioulas no Semiárido que são realizadas envolvendo os saberes dos/as agricultores/as. Através desta iniciativa, em sete territórios da região, em quatro estados – Bahia, Pernambuco, Paraíba e Piauí – haverá estudos para averiguar as qualidades de germinação, produção e outras das variedades genéticas de domínio das famílias agricultoras.

Programação do V ENAE – Nos três dias e meio do encontro no Cariri cearense, serão constantes os momentos de trocas entre os participantes, seja de conhecimento, seja de insumos naturais como as sementes crioulas. Haverá plenárias, oficinas, visitas de campo, feiras e exposições (clique aqui para a  programação). Na feira de Saberes e Sabores, por exemplo, haverá espaços reservados tanto para as sementes crioulas, quanto para a apresentação das inovações geradas com a experimentação de agricultoras e agricultores.

Na tarde da quinta-feira (14), também está previsto um ato público na colina do Horto de Padre Cícero para celebrar a capacidade e o potencial da agricultura familiar de produzir alimentos sem agrotóxicos e de forma harmônica com a natureza. O ato também é um protesto contra a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), através da Medida Provisória 870/19, publicada no dia 1º de janeiro.

Na ocasião, haverá um banquete com alimentos produzidos pela agricultura familiar em todos os estados do Semiárido para degustação dos presentes. Será o primeiro banquete público com este fim. Outros estão sendo organizados para o dia 27 de fevereiro em diversas cidades de todo o Brasil. O Banquetaço, como está sendo chamado o ato, é organizado por um coletivo apartidário que congrega a sociedade civil, movimentos sociais, organizações e profissionais.

Agrotóxicos – Além de ser momento de protesto, o banquete também vai celebrar a produção de alimentos sem agrotóxicos ou qualquer outro insumo tóxico e de forma harmônica com a natureza pela agricultura familiar agroecológica no Brasil. Desde 2008, o país é líder mundial no uso de pesticidas e tem uma legislação permissiva para a aplicação de substâncias altamente tóxicas - como o glifosato, utilizado em quantidade cinco mil vezes maior do que o permitido na União Europeia. Portanto, a produção agroecológica de alimentos é um ato de extrema resistência a favor da saúde pública e a favor da preservação ambiental, que precisa de todo apoio da sociedade para ser, cada vez mais, ampliada.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Diálogo sobre incidência em políticas públicas marca a última plenária de 2018 da ASA/PE

Kátia Rejane, Núcleo de Comunicação ASA-PE

Última plenária do ano da ASA/PE, conta com as experiências dos estados da Bahia e Ceará



“A ASA é um espaço de diversidades, nós não podemos fazer da diversidade espaço de disputas. A diversidade é oportunidade de diálogos e consensos, e assim construímos a ASA", disse Naidison Quintela (ASA/BA).

Na manhã desta sexta-feira (21), na última plenária do ano da ASA/PE, aconteceu um diálogo sobre incidência política, com a colaboração de Naidison Quintela (ASA/BA) e Cristina Nascimento (Fórum de convivência com o Semiárido do Ceará).
Com o objetivo de trocar experiências sobre a relação da ASA nos estados para incidir em políticas públicas para o fortalecimento da convivência com o semiárido. O diálogo começou com o resgate histórico da construção da rede e trouxe alguns elementos para reflexão. A construção coletiva recebeu destaque em ambas as falas e foi reforçada nas exposições da plenária, como o ponto central que norteia as ações da ASA. “Nós precisamos nos reconhecer como rede, não estamos sozinhos e precisamos caminhar em bloco, como ASA, precisamos nos articular com outras redes e movimentos que defendem a convivência com o semiárido e agroecologia”, afirma Naidison.


Outro ponto de destaque é a participação nos espaços de construção e controle de políticas públicas. “Nós precisamos ocupar os espaços e precisamos ocupar com falas, nós temos acúmulo para isso. A nossa forma de construir as coisas, a execução e gestão do recurso público feitas com a seriedade e a tranquilidade que nós fazemos nos respalda” afirma Cristina Nascimento.

As falas da plenária foram de gratidão pelo momento de reflexão e a oportunidade de segurar nas mãos das organizações que constroem a ASA em outros estados. “Sou muito grata por esse momento, que nos alimenta e fortalece a nossa ação. Essa é uma plenária de partilha” disse Elizete da Silva, do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste- MMTR.



A ASA-PE apresenta Plataforma do Semiárido à parlamentares


Emanuela Marinho, 
Kátia Rejane e Jéssica Freitas (Núcleo de Comunicação da ASA-PE)


Diálogo realizado nesta tarde confirma compromisso político com as políticas de convivência com o semiárido



“Alguns pontos da Plataforma do Semiárido são convergentes ao nosso mandato. E os dados estão bem atuais. Como agentes políticos nos compete trabalhar no combate as desigualdades sociais e econômicas”, disse a Deputada Estadual Teresa Leitão se referindo ao seu papel como parlamentar, durante o diálogo realizado hoje a tarde (20) pela Articulação do Semiárido Pernambuco. O encontro aconteceu em Olinda, e contou com a participação das organizações que integram a ASA-PE, e os(as) parlamentares a nível estadual e federal que dialogam no campo dos direitos humanos.

A Plataforma do Semiárido é uma iniciativa das organizações que compõem a Articulação do Semiárido Pernambucano com o objetivo de dialogar as demandas do semiárido com os mandatos parlamentares eleitos. No seu processo de construção realizado no primeiro semestre deste ano contou com a contribuição de agricultores e agricultoras, assessoria técnica das organizações e movimentos sociais. Entre os destaques da Plataforma estão: a criação da Secretaria Estadual da Agricultura Familiar e Reforma Agrária – SAFRA, a efetivação da Política Estadual de Convivência com o Semiárido, restabelecer a participação no Comitê Gestor do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da pobreza, a priorização no orçamento anual com recursos para o fortalecimento das infraestruturas hídricas de captação, armazenamento e distribuição de água, educação contextualizada, e outros. “Nós vamos enfrentar em 2019 muita recessão e repressão aos movimentos sociais e organizações. A resistência será nosso principal trabalho e vamos precisar do Estado para enfrentar isso. Nosso mandato reforçou a implementação da SAFRA, por que entendemos que é um espaço importante para as políticas de convivência com o semiárido. Estamos à disposição da ASA-PE e reafirmamos nosso compromisso com as lutas em defesa do povo do semiárido”, reafirmou Carlos Veras, Deputado Federal eleito.


No debate, também surgiu depoimentos sobre o aumento da violência contra as mulheres do campo e as desigualdades de gênero e classe. Para Robeyoncé Lima, co-deputada estadual eleita pela candidatura conjunta Juntas, o fortalecimento da agricultura familiar contribui para o empoderamento das mulheres. “Devemos fortalecer tudo que envolve a questão do campo, e essa é uma preocupação das Juntas que está explicita em sua composição. A violência contra a mulher é intensificada no campo e devemos lutar contra isso. Se apostamos na agricultura familiar, também fortalecemos a renda das mulheres e sua independência”, disse.

Para a coordenação da ASA esse é um momento importante para a história da articulação, de reafirmação de seu papel político em defesa do semiárido. “Entendemos que esse momento que a gente vive no contexto político brasileiro requer das organizações e movimentos sociais uma maior aproximação e maior canal de diálogo com os parlamentares de mandatos populares comprometidos com a agenda política das organizações sociais. Uma força muito grande que os parlamentares podem dar as organizações é pressionar os governos, tanto em nível de estado como federal. Pressionar na perspectiva do diálogo para a viabilidade dos conselhos de políticas públicas. Hoje esses espaços são conquistas da Constituição de 88 que completa 30 anos em 2018, e que nesses últimos anos vem sofrendo um certo grau de desprestigio por parte dos gestores públicos, por não dar importância ao diálogo entre Estado e sociedade para garantir as políticas públicas. Agradecemos aos parlamentares o atendimento à essa agenda e colocamos o documento da Plataforma do Semiárido como instrumento a serviço dos próprios mandatos”, disse Alexandre Pires, da coordenação estadual da ASA-PE .